domingo, 7 de agosto de 2016

Mais um dia

Era mais um dia em que eu levantava, ia mexer no celular e pensar no que fazer pois não trabalhava. Eu falava com um amigo meu no whatsapp, era um amigo que eu gostava e que eu achava que ia deixar a vida mais legal caso fizéssemos mais coisas juntos. Mas ele estava enrolado com a ex dele e relacionamentos com pessoas reais são complicados, então nada era certo.
Não bastasse isso eu ainda tinha um aparelho nos dentes que me causava dor as vezes e quando eu ficava doente lembrava que era uma mortal e que não tinha nada de especial.
Levantei com muita preguiça, fui ligar o computador e depois fui comer. Se algo de diferente fosse acontecer aquele dia teria algum sinal antes?
Se tivesse eu não ia perceber. Talvez um sentimento diferente, mas não adiantava, não ia acontecer nada. Era um dia comum novamente.
Não adiantaria eu me jogar no chão e começar a gritar que queria ter poderes para criar um mundo que nenhuma entidade superior ia me ajudar nisso, porque imagino que entidades superiores não querem alguém que seja maior que elas, isso se entidades existirem.
Eu teria que nascer especial ou me tornar especial, mas como isso aconteceria?
Eu era um ser humano normal, infelizmente não era tão louca de ficar indo atrás de um sonho impossível, apenas guardava esse sonho, apesar que se acontecesse seria legal.
Só me sentia feliz em festas, dançando, bebendo e causando. Não que isso fosse mudar muita coisa na minha vida, mas era como fugir do resto do mundo.
Eu sempre ia sozinha, mas sempre conversando com os meus amigos imaginários no caminho até a balada.
Estávamos sempre zoando ou conversando sobre o que eu sentia e eles sempre jogando a verdade na minha cara. Isso me fazia melhorar. Eu sabia que eles não eram reais, mas eu não me sentia sozinha.

Mais um dia, dessa vez acordei com muita raiva, xinguei a ex do meu amigo, depois que se entendemos eu fiquei com os sentimentos misturados, mas principalmente aquela sensação de que tinha levado um fora apesar dele não ter me dado um fora. Como me entendi com ela passamos a conversar e ela disse ter percebido que eu era realmente legal e eu percebi como ela não era uma pessoa sem sentimentos como eu imaginava.
Minhas emoções se misturaram, eu sentia vontade de fazer qualquer coisa, sentia sentimentos bons e ruins. Sentia vontade de morrer e viver. Eu não estava normal, pois nada havia acontecido. E no outro dia me batia um medo incomum, passava ao me distrair. Fiquei com vontade de desenhar o olho de hórus em mim mesma, pois aquele símbolo me protegia. Ou eu pensava que protegia.
Naquela madrugada a garota que eu tive desentendimentos saía do trabalho as duas da manhã e eu fiquei preocupada por ela. Ela não dava resposta... enquanto isso aparece alguém desconhecido me falando coisas estranhas no whatsapp, mas pelo visto não passava de um garoto solitário que precisava conversar e havia sorteado um número qualquer digitando (?). Era 3 horas da manhã quando essa conversa acontecia, meu medo batia e eu decidi ligar para a menina para saber se ela estava bem.
Ela estava.
No dia seguinte meu amigo me contou que havia acontecido coisas estranhas com ela na madrugada, como ver vultos. Eles dois pareciam sensitivos.
Eu não duvidava...
Mais um dia.
Mais uma vez eu acordo.
Estava normal naquele dia.
Eu estou cheia da normalidade, eu quero me divertir, eu quero fugir, mas não tenho pra onde.
Beber mais só ia me apagar e não ia resolver meus problemas.
Eu parava na frente do computador, procurar emprego me desanimava e cursos também.
Por fim eu escrevia uma história sobre a normalidade como um apelo para sair dela.
O problema é que eu não sei a continuação da história. Se dia após dia será a mesma coisa, ou se a história vai se tornar mais interessante. Se ela se tornar interessante eu não precisarei escrever, pois todos vão saber.

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